Greves e vitórias em Abril <br>mobilizam para o 1.º de Maio

REI­VIN­DICAÇÂO A luta que se de­sen­volve a partir das em­presas e lo­cais de tra­balho, em al­guns casos com con­quistas dos tra­ba­lha­dores, mo­bi­lizam para as ma­ni­fes­ta­ções do 1.º de Maio con­vo­cadas pela CGTP-IN.

Fazer con­vergir a luta para Dia In­ter­na­ci­onal do Tra­ba­lhador

Este mês, em di­versos sec­tores, os tra­ba­lha­dores e as suas or­ga­ni­za­ções re­pre­sen­ta­tivas de classe levam a cabo ini­ci­a­tivas de rei­vin­di­cação e pro­testo em torno de ob­jec­tivos con­cretos. Estas ac­ções cons­ti­tuem desde já uma im­por­tante res­posta ao apelo da CGTP-IN para fazer con­vergir a luta nas em­presas e lo­cais de tra­balho numa vaga mo­bi­li­za­dora que con­tribua para as co­me­mo­ra­ções do Dia In­ter­na­ci­onal do Tra­ba­lhador lan­çadas pela In­ter­sin­dical Na­ci­onal sob o lema «Va­lo­rizar o Tra­balho e os tra­ba­lha­dores – sa­lá­rios, em­prego, con­tra­tação co­lec­tiva, ho­rá­rios e ser­viços pú­blicos».

Ontem e hoje, os tra­ba­lha­dores da Na­vi­gator Com­pany na Fi­gueira da Foz cum­prem uma greve de 30 horas con­tes­tando o en­cer­ra­mento das ne­go­ci­a­ções sa­la­riais por parte da em­presa, con­firmou o SIE centro-Norte.

Já hoje, 13, em Vi­la­moura, o Sin­di­cato da Ho­te­laria do Al­garve pro­move uma marcha para alertar para a si­tu­ação la­boral no sector. Na ini­ci­a­tiva par­ti­cipa o se­cre­tário-geral da CGTP-IN, Ar­ménio Carlos, so­li­da­ri­zando-se com a ne­ces­si­dade de re­cu­perar o poder de compra per­dido desde 2010 (cerca de 9 por cento), e o fim da re­pressão sobre os tra­ba­lha­dores e os seus re­pre­sen­tantes, caso do re­cente des­pe­di­mento de três sin­di­ca­listas no Hotel Crowne Plaza Vi­la­moura. A Norte, também hoje, o Sin­di­cato da Ho­te­laria pro­move con­cen­tra­ções no Hotel Pa­lace Vi­dago, se­guindo-se dia 14 na Pou­sada do Freixo, e a 17 no Hotel Ipa­nema Park.

Também hoje, os se­gu­ranças da Pro­segur e Se­cu­ritas nos ae­ro­portos ini­ciam uma pa­ra­li­sação de duas horas por dia e que se pro­longa até 17 de Abril, a qual o SI­TAVA jus­ti­fica com a re­cusa das em­presas em rever os sa­lá­rios con­ge­lados desde 2011 e os ho­rá­rios des­re­gu­lados.

A re­cusa pa­tronal em me­lhorar os sa­lá­rios é também o mo­tivo que leva o Sin­di­cato dos Trans­portes Flu­viais Cos­teiros e da Ma­rinha Mer­cante, afecto à CGTP-IN, a manter a greve na Atlantic Fer­ries, de 14 a 16 de Abril. Em ple­nário, os tra­ba­lha­dores da trans­por­ta­dora que liga Se­túbal a Tróia de­ci­diram mesmo baixar a sua exi­gência de três para dois por cento de au­mento, mas a ad­mi­nis­tração in­siste no valor an­te­ri­or­mente pro­posto. 

Da Páscoa para a luta

Já de­pois da Páscoa, dia 18, frente ao Mi­nis­tério da Edu­cação, pro­fes­sores e edu­ca­dores con­cen­tram-se para uma marcha rumo à re­si­dência ofi­cial do pri­meiro-mi­nistro, na qual vão in­sistir para que a tu­tela avance em ma­téria de me­lhores con­di­ções e ho­rá­rios de tra­balho, es­ta­bi­li­dade dos vín­culos e re­no­vação do quadro ac­tivo, di­reitos de pro­gressão na car­reira e apo­sen­tação, gestão de­mo­crá­tica para as es­colas. A re­jeição da cha­mada mu­ni­ci­pa­li­zação da Edu­cação é igual­mente uma ban­deira de luta de que do­centes e a FEN­PROF não ab­dicam.

Até ao final do mês de Abril, muitas ou­tras ac­ções de rei­vin­di­cação e pro­testo estão con­vo­cadas. Os tra­ba­lha­dores da Pe­trogal em Lisboa e das re­fi­na­rias de Sines e de Ma­to­si­nhos cum­prem greve e ma­ni­festam-se dia 24, em Lisboa, pela re­so­lução de uma si­tu­ação que se ar­rasta há anos: os pré­mios de pro­du­ti­vi­dade só são pagos aos fi­li­ados em sin­di­catos da UGT ou a não-sin­di­ca­li­zados, ex­plica a Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN.

Dia 21, ma­ni­festam-se em Lisboa os tra­ba­lha­dores não-do­centes dos es­ta­be­le­ci­mentos de en­sino e edu­cação da rede pú­blica pela in­te­gração nos mapas de pes­soal da­queles que estão com vín­culos pre­cá­rios, bem como os tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Local, que re­clamam au­mentos sa­la­riais, o des­con­ge­la­mento das car­reiras, a re­gu­la­men­tação de su­ple­mentos e a re­gu­la­ri­zação dos vín­culos pre­cá­rios.

Dias 26 e 27, na Trans­tejo e So­flusa, de­correm pa­ra­li­sa­ções par­ciais «porque o Go­verno con­tinua a ter um com­por­ta­mento de alhe­a­mento quanto à re­so­lução dos pro­blemas que afectam tra­ba­lha­dores e utentes», acusa a FEC­TRANS/​CGTP-IN, entre os quais a pu­bli­cação do novo Acordo de Em­presa, a re­no­vação da frota que faz a tra­vessia do Tejo, a con­tra­tação do pes­soal em falta e a pas­sagem dos pre­cá­rios a efec­tivos.

De 23 a 27 de Abril, na Par­malat em Águas de Moura, os tra­ba­lha­dores pa­ra­lisam quatro horas porque pre­tendem que a em­presa sa­tis­faça as de­mandas ins­critas na pro­posta de acordo apre­sen­tada pelo SITE Sul.


Vi­tó­rias que animam

Di­reitos e au­mentos sa­la­riais ar­ran­cados pelos tra­ba­lha­dores ao pa­tro­nato animam mas não des­mo­bi­lizam. São disso exemplo os au­mentos per­cen­tuais ou fixos em 40 em­presas e es­ta­be­le­ci­mentos do sector ho­te­leiro, en­vol­vendo mais de dois mil tra­ba­lha­dores. Foi ainda con­se­guida a re­po­sição de diu­tur­ni­dades, a pro­gressão na car­reira, o pa­ga­mento de­vido dos fe­ri­ados, e dos sub­sí­dios noc­turno e de ali­men­tação nas fé­rias, afirma o Sin­di­cato da Ho­te­laria do Norte.

No INEM, a greve e ma­ni­fes­tação do pas­sado dia 7 de Abril forçou o se­cre­tário de Es­tado da Saúde a com­pro­meter-se em re­po­si­ci­onar os téc­nicos de emer­gência pré-hos­pi­talar na po­sição re­mu­ne­ra­tória de­vida e a re­crutar novos pro­fis­si­o­nais, a re­a­lizar obras nas bases do INEM e a ad­quirir novas am­bu­lân­cias, in­formou a Fe­de­ração Na­ci­onal dos Sin­di­catos dos Tra­ba­lha­dores em Fun­ções Pú­blicas e So­ciais, que apela, porém, à ma­nu­tenção da pron­tidão para a luta.

 



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